Artigos / Informação

Pacientes Especias

CD. Cristine Cortes

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Se você é ou conhece alguém portador de alguma deficiência, saiba que não está sozinho! Segundo dados do Ministério da Saúde e da Organização Mundial de Saúde, a população estimada de pacientes portadores de deficiências de diversos tipos é de 10% da população mundial (15.000.000 no Brasil). Aqui nós tentamos reunir algumas informações que vão ajudá-lo a entender um pouco mais a respeito dos aspectos odontológicos que envolvem estes pacientes, orientações de como prevenir problemas dentários e todas as dicas sobre os principais locais especializados para tratamento.

1- O que é um paciente odontológico especial?
2-
Quem são os pacientes especiais?
3-
Que tipo de tratamento odontológico pode lhe ser oferecido?
4- Como prevenir problemas dentários?
5- Onde buscar tratamento?
6- Dúvidas?
7- Bibliografia


1- O que é um paciente odontológico especial?

O paciente especial é aquele que possui uma condição mental, física, médica ou social que interfere em sua vida normal. São considerados especiais por não poderem se beneficiar dos programas de assistência odontológica existentes, necessitando de atendimento especializado.


2- Quem são os pacientes especiais?

São pacientes que possuem algumas das seguintes condições. Aqui citamos as principais:

a- desvios de inteligência: deficiência mental, que pode se leve, moderada ou profunda;
b- distúrbios físicos ou de motricidade: paralisias diversas e paralíticos cerebrais;
c- distúrbios de audiocomunicações: cegueira, surdez ou distúrbios de linguagem;
d- doenças sistêmicas crônicas:

- distúrbios cardiovasculares: defeitos congênitos ( de nascença), ou adquiridos, como febre reumática, defeitos cardíacos e endocardite bacteriana.
- desordens de sangue: anemia, leucemia e hemofilia.
- doenças respiratórias: asma, displasia broncopulmonar, fibrose cística.
- doenças renais: insuficiêncai renal.
- doenças neoplásicas: o câncer e complicações da radiação da cabeça e pescoço
- distúrbios metabólicos: diabete, hipoglicemia.

e- desordens de músculos e esqueleto: problemas de reumatismo e osteogênese imperfeita.
f- distúrbios de comportamento: epilepsia e autismo.
g- problemas psiquiátricos: neurose fóbica.
h- infecções : hepatites e AIDS.
i- distúrbios congênitos (de nascença): genéticos, como a Síndrome de Down e multifatoriais como as fissuras labiais e palatais.
j- crianças pequenas, normais, com problemas de comportamento, apresentando lesões de cárie (cárie de mamadeira).


3- Que tipo de tratamento odontológico pode lhe ser oferecido?

Os pacientes especiais, de maneira geral, apresentam os mesmos problemas bucais que os da população em geral. A grande diferença está no método de abordagem que se faz necessário.

Dependendo da gravidade de seu problema médico e dentário e de sua capacidade de adaptação, o tratamento para o paciente especial pode ser feito de forma convencional no consultório odontológico, muitas vezes utilizando recursos para contenção física ou, em último caso, tratamento sob sedação ou anestesia geral em ambiente hospitalar, com uma equipe especializada.

Em ambos os casos, o tratamento para estes pacientes é feito de forma multidisciplinar, havendo uma interação entre os diversos profissionais (médicos, fonoaudiólogos e psicólogos) para um tratamento completo do paciente.


4- Como prevenir problemas dentários?

Prevenir uma doença bucal antes que se estabeleça é o modo mais desejável de assegurar uma boa saúde dental. No entanto, o fato é que a ansiedade dos pais, por causa dos problemas associados ao paciente deficiente, em geral atrasa o tratamento odontológico até o ponto em que se desenvolve uma doença bucal significativa.

O que fazer então?

O primeiro passo são os cuidados dentários domésticos, que devem começar na infância. Os primeiros dentes podem ser limpos com a fralda, gaze ou escovas de dente infantil.

A escovação independente é indicada para incentivar o paciente, mas deve ser supervisionada pelos pais, pois os resultados obtidos sem supervisão normalmente não são satisfatórios.

As escovas devem ser macias e existe a possibilidade de adaptação do cabo à mão do paciente. As escovas elétricas também são muito eficazes para higiene dental em pacientes deficientes.

O segundo passo é uma reavaliação da dieta do paciente. A dieta e nutrição influenciam as cáries dentárias por afetarem o tipo e virulência dos microorganismos da placa bacteriana, a resistência dos dentes e as propriedades da saliva. Como alguns pacientes possuem restrições quanto à dieta de acordo com sua condição, ela deve ser estabelecida de forma individual de acordo com as orientações do médico, nutricionista e dentista.

Para reduzir a probabilidade de cáries, recomenda-se que o aleitamento materno seja interrompido quando os dentes começarem a irromper e a mamadeira aos 12 meses de idade, substituindo-a por alimentos mais consistentes na medida do possível, pois a mastigação constitui um mecanismo de auto-limpeza dos dentes.

A mamadeira durante o sono é altamente prejudicial para saúde bucal da criança, pois quando ela está dormindo, a salivação diminui, reduzindo a defesa dos dentes contra a cárie e por isso, os restos de alimento que ficam retidos nos dentes propiciam um ambiente ótimo para o desenvolvimento de cáries.

O terceiro e último passo é buscar o tratamento odontológico precoce para que o dentista faça aplicações de flúor e restaurações preventivas além de orientar os pais ou responsáveis quanto aos aspectos odontológicos específicos de cada condição.


5- Onde buscar tratamento?

Crianças até 12 anos:

* Faculdade de Odontologia da Universidade Federal do Rio de Janeiro Unidade Pediátrica de Pacientes Especiais ( UPPE), localizado no Hospital Universitário Clementino Fraga Filho, 3° andar, sala 31, sob coordenação de Dra. Áurea Simone Barroso Vieira.

O atendimento é feito às 2as 4as e 6as feiras, de 9:00 às 17:00h (tratamento ambulatorial com hora marcada). A consulta pode ser marcada no próprio local ou através do telefone 560-6137 ramal 2074 (Isabel).

Todas as idades:

* Faculdade de Odontologia da UNIGRANRIO, localizado à Rua Prof. José de Souza Herdy,1160, 25 de agosto, Duque de Caxias. telefone: 671-8196, sob coordenação do Dr. Roberto Elias.

Os pacientes deverão entrar em uma fila de espera . Possui atendimento ambulatorial com hora marcada.

* Hospital Municipal Barata Ribeiro, localizado à Rua Visconde de Niterói, 1450, Mangueira. telefone: 568-9122.

O atendimento é feito todos os dias a partir de 8:00h. Possui atendimento ambulatorial e sob anestesia geral.

* Associação Brasileira de Odontologia (ABO), localizada à Rua Barão de Sertório, 75, Rio Comprido. telefone: 293-5293

O atendimento é feito às 4a feiras a partir de 14:00h. Possui atendimento ambulatorial e sob anestesia geral.


6- Dúvidas?

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7- Bibliografia

McDONALD, R.E., AVERY, D.R. Odontopediatria, 404-445, 6a ed., Guanabara Koogan, 1995.

OSÓRIO, A.P.F. Tratamento odontológico em pacientes especiais no consultório dentário. Monografia apresentada ao Curso de Especialização. UFRJ, 1994.

SERRA, C.G. A promoção de saúde para os pacientes especiais: obstáculos e desafios. Jornal da Aboprev