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Um dente que foi totalmente deslocado de sua cavidade é chamado de dente avulsionado. Traumatismos com avulsão são três vezes mais comuns em meninos do que em meninas e afetam com mais frequência crianças entre 7 e 11 anos de idade, quando os incisivos permanentes (dentes anteriores) estão erupcionando. O sucesso do tratamento de dentes avulsionados está relacionado ao tempo em que o dente fica fora de sua cavidade até o reimplante: quanto mais rápido o dente for reimplantado, melhor o prognóstico. Aqui você saberá o que fazer se você ou alguém que você conhece, algum dia sofrer um traumatismo que resulte em avulsão.
Dúvidas mais frequentes:
1- No caso de uma avulsão, o que eu posso fazer para ajudar?
Você pode salvar o dente!
Um dente que foi avulsionado pode ser reimplantado no local em houve o acidente, sendo o prognóstico melhor do que se se esperar que o paciente seja transportado ao local adequado para tratamento. A seguir os passos que devem ser seguidos :
- Localize o dente
- Segure o dente pela coroa, nunca pela raiz
- Se o dente estiver limpo, nada deve ser feito antes de reimplantá-lo. Se estiver sujo, deve-se enxaguá-lo com água fria corrente.
- Não escove, nem use nenhum agente de limpeza .
- Tente recolocar o dente no lugar e mantenha-o no local com leve pressão enquanto o paciente é trazido ao consultório.
- Como alternativa, mantenha o dente úmido enquanto é transportado até o consultório, de preferência na boca do paciente) ou imerso em meio líquido, como leite, soro fisiológico, saliva ou água gelada.
- Procure o dentista imediatamente, de preferência até 30 minutos após o acidente.
2- O que ocorre ao dente após seu reimplante?
Após o reimplante, sempre haverá reabsorção lenta ou rápida da raiz, mesmo com a técnica mais correta e cuidadosa. Se o dente permanece por mais de 2 horas fora da cavidade, há uma maior chance de ocorrer reabsorção, pois o ligamento periodontal ( tecido que envolve o dente) seca e perde a vitalidade.
Apesar disso, ainda é uma técnica recomendada, pois em muitos casos, o dente pode ficar retido por muito tempo, principalmente se a reimplantação ocorreu logo depois do acidente. Sob condições favoráveis, muitos dentes permanecem por 5 a 10 anos e outros por toda a vida. Outros, porém, falham logo após o reimplante.
3- Dentes de leite também devem ser reimplantados após avulsão?
O reimplante de dentes de leite é contra-indicado, pois o prognóstico de sucesso é pobre. Além disso, há o risco de traumatizar o dente permanente sucessor.
4- Quais as recomendações para um paciente que teve um dente reimplantado?
O paciente não deverá morder diretamente com o dente reimplantado por 3 a 4 semanas após o traumatismo e depois ir voltando gradualmente à função normal.
Deve manter boa higiene horal, escovando e passando o fio dental normalmente, e fazer bochecho com água e sal ou solução anti-séptica.
O tratamento de canal deve ser iniciado de preferência 1 semana após o trauma - existem casos de revitalização do dente, mas as chances são remotas e a proporção custo/benefício para o paciente em relação às reações adversas, favorecem o tratamento de canal o quanto antes.
Administração de antibiótico e de vacina antitetânica, caso 5 anos tenham se passado desde a última vacinação.
5- Como prevenir traumatismos?
Algumas medidas preventivas têm se mostrado eficazes em reduzir a prevalência de trauma.
As medidas preventivas incluem:
- redução precoce de protrusão excessiva dos incisivos superiores (quando os dentes são muito projetados), já que a preponderância de fratura nesses dentes é alta.
- uso de cintos e assentos de segurança nos automóveis -
- uso de protetores bucais durante a prática de esportes de contato
"É sempre preferível prevenir do que remediar quando temos a oportunidade de salvar uma criança de dor e sofrimento."
1-BAKLAND, L.K., Root Resorption, Dent. Clin. North. Am., 36(2):491-507, Apr, 1992.
2- CALISKAN, M.K., TURKUN, M., Clinical investigation of traumatic injuries of permanent incisors in Izmir, Turkey, Endod. Dent. Traumatol., 11(5): 210-3, Oct, 1995.
3- DE DEUS, Q.D., Endodontia, 5ed., Rio de Janeiro, Medsi, 1992.
4- Mc DONALD, R.E., AVERY, D.R., Odontopediatria, 6ed., Rio de Janeiro, Guanabara Koogan, 1995.
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