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Cuidados no Clareamento Dental
De: Flávia Cohen Carneiro - flavi@acd.ufrj.br
Data: 30 Dez 1998


O clareamento dos dentes tem se popularizado por ser uma alternativa estética conservadora e economicamente viável.

Ele pode ser:

* vital caseiro

* vital profissional

* não vital profissional

Apesar das técnicas serem relativamente simples e da proliferação de produtos clareadores caseiros, é importante que o profissional tenha conhecimento a respeito dos critérios para seleção dos pacientes, efeito colaterais e limitações do tratamento.

Fique atento aos seguintes tópicos:

* Dentes vitais com cervicais expostas e/ou erosão/abrasão cervical: como o risco do paciente apresentar sensibilidade aguda durante o tratamento é alto, recomenda-se a proteção/selamento destas cervicais antes do tratamento.

* Dentes com tratamento endodôntico inadequado, mesmo sem lesão: estes dentes devem ser retratados antes de se realizar o clareamento para que não haja riscos de penetração do agente clareador palo conduto endodôntico, atingindo o ápice.

* Dentes escurecidos, mas com apinhamento severo, forma inadequada, etc.: cuidado ao indicar o clareamento como solução estética para estes casos. Muitas vezes a alteração de cor não é o fator primordial e responsável pela situação do paciente.

* Dentes não vitais que sofreram trauma há menos de 6 anos: por si só, estes dentes possuem um maior risco de sofrer reabsorsão cervical externa (RCE), portanto o clareamento é contra-indicado nestes casos.

* Dentes com pouca estrutura dentária remanescente: são dentes mais susceptíveis a fratura e também contra-indicados ao clareamento.

* Pacientes com codições pré-cancerígenas (fumantes ou alcoólatras inveterados, presença de lesão em mucosa, próteses mal adaptadas...): o clareamento caseiro está contra-indicado nestes casos em que há um maior risco de se desenvolver câncer bucal, por potencializar os riscos.

* Pacientes com atividade de cárie e doença periodontal não controladas: nenhuma das técnicas de clareamento devem ser utilizadas em tais situações, pois, além de não resolverem o problema do paciente, prejudicam sua condição bucal.

* Técnica de clareamento não vital: o emprego de calor (técnica termocatalítica) e a ausência de selamento do conduto, ou sua presença num nível inadequado, têm sido relacionados à RCE, apresentando maiores riscos ao paciente.

Lembre-se que:

Todos os agentes clareadores possuem algum nível de atuação sobre o esmalte, a dentina, a polpa, o periodonto além dos tecidos moles quando em contato. Causam efeitos reversíveis quando estes tecidos estão sadios, mas podem trazer consequências danosas irreversíveis quando em condições já patológicas.

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30/12/98